Você sabia que os arquétipos exercem grande influência nas nossas emoções e ações?
Pois é… Acontece de maneira inconsciente (a maioria das vezes) ou consciente. Em resumo, os arquétipos são representações, modelos ideais de um conceito que já está formado em nossa mente.
A fórmula de associação entre arquétipos e produtos funciona não só para induzir desejos de consumo, mas também para induzir comportamentos nas mais diversas áreas:
- Propaganda de produtos e serviços;
- Treinamento de pessoas;
- Análise de perfil comportamental;
- Entretenimento;
- Construção de marcas.
Se você achou o tema do artigo de hoje interessante, continue lendo para se aprofundar:
Os arquétipos têm poder de persuasão
Conhecer um pouco mais sobre os arquétipos pode ajudar você a descobrir:
- O que motiva as pessoas a agirem e comprarem;
- Como engajar consumidores com a sua marca;
- Como conduzir o lead através do funil de vendas com os estímulos corretos;
- Como transformar leads em fãs, e muito mais!
Os seres humanos sempre usaram símbolos e imagens para se comunicar e induzir comportamentos.
Basta lembrarmos dos arquétipos dos gregos, romanos e egípcios, por exemplo. Um arquétipo para representar a beleza, o outro a força, poder, inteligência…
Os arquétipos são poderosos para induzir vendas e possuem o mesmo mecanismo de funcionamento dos gatilhos mentais, pois todos eles atuam no inconsciente, despertando certas emoções e ações por parte de quem as recebe.
Estímulos sutis, grandes impactos
Um supermercado britânico decidiu fazer um experimento com vinhos do mesmo valor e sabor, apenas de nacionalidades diferentes: um era francês e o outro alemão.
O estudo consistia em colocar uma música francesa para tocar na loja em um dia e no outro uma música alemã, sempre de forma alternada.
O resultado foi extremamente interessante: no dia que a música francesa era tocada, os vinhos franceses eram os produtos mais vendidos. E quando a música era de origem alemã, os vinhos mais vendidos também!
Certamente os clientes que estavam na loja ouviram a música que estava tocando, mesmo que não tenham prestado atenção a ela. No entanto, pouquíssimos relataram terem sido (conscientemente) influenciados pela música na hora de escolher a nacionalidade da sua bebida.
Esse tipo de ação funciona muito melhor para influenciar o comportamento do consumidor quando essas estratégias não são percebidas claramente pelo público. Se forem estímulos visuais ou auditivos, funcionam ainda melhor.
O impacto causado por um arquétipo associado a uma marca é bastante impressionante, como foi atestado em um estudo feito em 2008 pela Universidade de Duke, no Canadá.
Os resultados mostraram que uma exposição de apenas 30 milissegundos do logo da Apple, fez com que as pessoas participantes tivessem ideias mais criativas do que aquelas que foram expostas ao logo da IBM. Justamente porque a Apple é conhecida por seus produtos disruptivos e está associada ao arquétipo do Criador.
Através desse estudo é possível identificar claramente o arquétipo associado a cada uma dessas marcas e como eles estão fortemente presentes no inconsciente coletivo, com o poder de influenciar ações!
A relação entre arquétipos e o inconsciente coletivo
O conceito do inconsciente foi criado pelo neurologista e psiquiatra, Sigmund Freud. Porém, ele acreditava que essa parte da nossa mente seria formada apenas por conteúdos reprimidos ou esquecidos.
No entanto, Carl Gustav Jung, também psiquiatra, foi além no conceito de inconsciente.
Ele afirmava que essa parte individual do inconsciente seria apenas uma camada superficial que estaria recobrindo uma camada muito mais profunda. Essa camada escondida seria um registro de informações universais e não individuais. O conteúdo registrado nessa área da mente seria comum para todos os seres humanos, independente de religião, cultura, gênero, idade, nacionalidade ou qualquer outra característica.
Segundo Jung, o inconsciente coletivo não contém informações que já estiveram na consciência em algum momento e foram esquecidas ou reprimidas.
É uma espécie de conhecimento comum a todos os seres humanos, assim como a capacidade de controlar a respiração, batimentos cardíacos e etc. Todos nascem com essa habilidade, independente de terem aprendido ou não. E não precisamos pensar para executar nenhuma delas.
Os conteúdos do inconsciente coletivo são arquétipos — formas já existentes e com conceitos atrelados a eles — porém não podem ser criados pela mente consciente.
E por que os arquétipos são tão eficazes para gerar ações?
Quando somos expostos a determinados arquétipos, alguns neurotransmissores e hormônios específicos são produzidos, gerando emoções e sentimentos que não estão sob nosso total controle.
A reação que ocorre em nosso organismo não acontece em apenas uma interação com um arquétipo. De acordo com Dr Eric J. Nestler, diretor do Friedman Brain Institute, é preciso usar a repetição para provocar os estímulos.
Por esse motivo, as pessoas precisam, em média, ver um anúncio 6 vezes ou ter vários pontos de contato com uma marca ou produto. Um arquétipo não levará ninguém a tomar uma decisão ou agir com uma única exposição a ele.
Os arquétipos podem ser usados de forma positiva na sua empresa e estão presentes nas mais diversas aplicações cotidianas. Por exemplo: se você pretende criar o logotipo para a sua empresa, precisa conhecer melhor os arquétipos para não passar a mensagem errada para seu público.
Ao usar a psicologia das cores, apostar na tipografia adequada e palavras persuasivas, você está usando arquétipos e induzindo respostas emocionais nas pessoas que entram em contato, seja com seu site ou sua identidade visual.
O número de arquétipos existentes é bastante extenso, então vamos falar somente daqueles mais conhecidos e usados pelas empresas para construir a personalidade de suas marcas: os 12 arquétipos de Jung.
Os 12 arquétipos de Jung
Durante seu estudo sobre inconsciente coletivo, Jung definiu 12 arquétipos junto com suas motivações, conjunto de valores e características. Ele acreditava que todo ser humano se encaixaria dentro dessas opções, com um único arquétipo dominante:
Os 12 arquétipos são:
- Inocente: deseja ser feliz acima de tudo e acredita em um mundo melhor onde todos podem ser quem desejam.
- Cara Comum: possui o desejo de pertencer ao grupo, sendo igual aos demais e por isso não expõem aquilo que realmente pensam e sentem.
- Herói: acredita que com vontade, dedicação e coragem é possível conquistar qualquer coisa e, portanto, não mede esforços para isso.
- Cuidador: tem o grande desejo de ajudar outras pessoas como faria consigo mesmo e teme por momentos difíceis não por si mas pelos outros.
- Explorador: liberdade é o valor mais importante para esse arquétipo que procura fugir do tédio e sempre experimentar algo novo.
- Rebelde: gosta de quebrar regras, chamar atenção para si e é fiel a seus próprios valores e não aqueles considerados certos pelos outros.
- Amante: seu foco está em relacionar-se com outras pessoas e teme ficar sozinho, valorizando assim a beleza e o romance.
- Criador: possui o dom da criatividade e precisa expressá-lo através de ações significativas.
- Tolo: aposta no humor e na ideia de viver o momento, aproveitar ao máximo sem se importar com o que as outras pessoas vão pensar.
- Sábio: deseja entender o mundo através do estudo e da auto reflexão, é metódico e detalhista e acredita que a verdade é libertadora.
- Mágico: busca a visão das leis fundamentais do universo misturando conhecimentos ocultos, religião, ciência e tecnologia para fazer acontecer.
- Governante: seu maior desejo é exercer o poder, não importa a esfera de atuação, é responsável e gosta de ter o controle.
[BÔNUS] Infográfico e mapa mental sobre os 12 arquétipos de Jung
Arquétipo de marca vem do grego: archein é “original” e typos “padrão, tipo”. Sendo assim, conhecemos o arquétipo enquanto um padrão responsável por moldar pessoas, objetos, conceitos e criações de forma geral.
Salve o infográfico abaixo para conferir sempre que precisar:
Confira também vídeo com o detalhamento sobre os 12 arquétipos:
O papel do arquétipo na satisfação das necessidades humanas
Os arquétipos satisfazem algumas necessidades do ser humano, como: segurança, auto realização e independência.
Somos motivados por esses impulsos todos os dias e tomamos decisões com base na necessidade que se mostra mais urgente no momento.
As 4 necessidades mais comuns são:
Necessidade de segurança x desejo por novos desafios
A geração atual apresenta uma sensação de insegurança muito maior que as anteriores, devido às constantes mudanças, seja na tecnologia, no mercado consumidor e até nas relações. Toda essa incerteza aumenta a necessidade de segurança e os arquétipos que melhor personificam a segurança e a ordem são:
- O Criador
- O Governante
- O Cuidador
As marcas que usam esses 3 tipos de arquétipo auxiliam as pessoas a preservar a ordem e a estabilidade, ao mesmo tempo que lidam com mudanças.
Conexão com outros seres humanos x significância
O que você faz precisa importar para alguém. Marcas de luxo são um bom exemplo disso, já que seu maior benefício é o status, pois possibilita a criação de uma imagem para outras pessoas admirarem.
Os arquétipos que melhor personificam a preocupação com as outras pessoas são:
- Cara Comum
- O Amante
- O Tolo
Eles não estão preocupados em causar um impacto no mundo, mas sim com a impressão que vão causar nas outras pessoas. As marcas que usam esses arquétipos ajudam os consumidores a se conectarem com outras pessoas.
Crescimento e evolução x ajudar os outros
A transformação e o impacto no mundo são objetivos desse grupo de arquétipos:
- O Herói
- O Rebelde
- O Mágico
São os arquétipos ideais para quem quer criar ou vender produtos que trazem mudanças significativas para a maneira como as coisas são feitas no presente.
Independência X senso de pertencimento
O último grupo de arquétipos deseja a independência acima do senso de pertencimento, exatamente o oposto dos arquétipos do Cara Comum, do Tolo e do Amante, que preferem o sentimento de acolhimento dos outros a serem quem realmente são.
- O Inocente
- O Explorador
- O Sábio
A ação dos consumidores pode ser motivada por todas essas necessidades, ou pelo menos algumas delas, ao mesmo tempo. Cabe a você definir quais delas seu produto ou serviço visa resolver para escolher o arquétipo ideal para a sua empresa.
Conclusão
Escolher o arquétipo dominante da sua empresa te ajudará a entender qual é a sua visão de mundo seu público-alvo e gerar identificação. Com isso, vender mais será uma das boas consequências à se adquirir.
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